sábado, 8 de março de 2008

Porque hoje é o dia da Mulher!

O dia da Mulher assinala a melhor conquista das mulheres: a emancipação. Por temos chegado a ela com algum atraso em relação aos homens, assinalamos anualmente esta data para que a nossa conquista não caia em esquecimento.

Acho muito bem que se comemorem os feitos políticos, económicos, sociais e profissionais de todas as mulheres deste Mundo mas será que ao criarmos um dia para nós não estamos também a dar aos homens um sinal de fraqueza? Eles por sua vez não têm dia do Homem, o que dá aos mais machistas razões para troçarem do o nosso dia... Pessoalmente não acho que o dia da Mulher seja um sinal de fraqueza. Não é! No entanto, acho que podia haver o dia do Homem, assim como há o dia da Criança, o dia do Pai, o dia da Mãe, o dia dos Avós e o dia dos Namorados. (Este último é sem dúvida o mais controverso.)

Hoje apetece-me falar sobre isto de ser mulher.

Felizmente não vivi no tempo em que às mulheres não era dada a oportunidade de estudar, trabalhar, escolher um marido, escolher a roupa que vestiam, escolher ter ou não ter filhos, escolher o seu partido político e votar no mesmo. Antigamente as mulheres não tinham a oportunidade de ser coisa alguma para além de esposas e mães. Nisso não vejo mal. Ser esposa e mãe era (e é!) para muitas mulheres o suficiente para serem felizes. O que estava mal era a ausência de liberdade de escolha e do direito à individualidade. Estas sim, foram as nossas maiores conquistas. Com elas ganhámos o direito a escolher e hoje podemos ter a vida profissional, social e familiar que escolhermos. E isso é bom, muito bom! Mas ao mesmo tempo acumulámos uma série de funções fora e dentro de casa e, por isso, hoje exige-se à mulher que seja boa mãe, boa esposa, que cuide bem da casa, que faça bons cozinhados, que seja competente no seu trabalho. Foi aqui que começaram os nossos problemas, pois fazer bem tudo isto e conjugar a vida profissional e familiar revelou-se um grande desafio. É então que a nossa sociedade exige aos homens que desempenhem algumas das tarefas antes exclusivas da mulher. E eis que eles nos surpreendem e se transformam em pais mais presentes, maridos mais carinhosos e, acima de tudo, bons donos de casa.

No entanto, esta viragem na nossa sociedade suscitou uma inversão de valores que me assusta. Corremos o risco de colocar o nosso trabalho, a nossa carreira e a nossa realização pessoal à frente da família, na esperança de assim vivermos melhor. Possivelmente vivemos com mais dinheiro.

Mas de que nos serve sermos mulheres lindas, poderosas, termos uma casa grande e bonita, sermos economicamente independentes e podermos percorrer o mundo a viajar se não tivermos ao nosso lado aqueles que mais amamos?

Para mim não serve de nada. Censurem-me mas eu quero tudo. Quero ser médica (pediatra se possível), mãe, esposa e dona de casa. Quero viajar e conhecer o mundo. E acima de tudo quero ser feliz.

1 comentário:

Anónimo disse...

hip hip urray!!!